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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PINTOR RUSSO É INTERNADO APÓS PREGAR SEUS TESTÍCULOS NA PRAÇA VERMELHA


       O pintor russo Piotr Pavlenski foi hospitalizado neste domingo depois de pregar seus testículos, usando um martelo, nos paralelepípedos da Praça Vermelha de Moscou. A obra de arte, que ele chamou de "Fixação", era um protesto contra o governo de Vladimir Putin, coincidindo com o Dia da Polícia russa. 
       Completamente nu e com suas partes íntimas presas aos paralelepípedos, Pavlenski ficou imóvel por mais de uma hora olhando seus testículos, numa ação que classificou como "metáfora da apatia, indiferença política e fatalismo da sociedade russa atual". A temperatura em Moscou hoje é de 10ºC. 

       O manifesto de Pavlenski dá mais explicações sobre a motivação da obra de arte: "não é a arbitrariedade dos cargos públicos que priva a sociedade de sua capacidade de agir, mas sua fixação em derrotas e perdas que nos prega com cada vez mais força aos paralelepípedos do Kremlin, convertendo as pessoas em estátuas que aguardam, resignadas, seu destino." 
       O Kremlin é o histórico complexo de palácios onde vive o presidente da Federação Russa. 
 Depois de uma hora e meia contemplando seus testículos em protesto contra a arbitrariedade, Pavlenski foi levado a um hospital de Moscou. Segundo a agência oficial RIA-Novosti, assim que for tratado ele será detido. A polícia classificou a intervenção artística como "algo normal para um doente psíquico". 
       O conjunto da obra de Pavlenski já é conhecido dos russos. 
 Em 3 de maio, sua obra "Corpo" consistia em ele ficar completamente nu para rolar na cerca de arame farpado da Assembleia Legislativa de São Petersburgo. 
 De acordo com o artista, ela simbolizava "a existência humana num ambiente de repressão legal, quando o menor movimento provoca uma duríssima reação do sistema legislativo, que se finca no corpo do indivíduo." 
       Em junho do ano passado, Pavlenski costurou sua própria boca em solidariedade à prisão de integrantes da banda feminina Pussy Riot. Elas foram presas por cantar contra o presidente Vladimir Putin no principal templo da Igreja Ortodoxa Russa. 
 Em frente à catedral de São Petersburgo, de lábios presos, ele carregava um cartaz que dizia: "A ação do Pussy Riot numa encenação da famosa ação de Jesus Cristo" - a expulsão dos vendilhões do templo. 



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